sábado, 2 de fevereiro de 2013

O PEQUENO PRÍNCIPE-Cap.5

Cap.5

Dia a dia eu ficava sabendo mais alguma coisa do planêta, da partida,da viagem. Mas isso devagarinho,ao acaso das reflexões.
Foi assim que vim conhecer,no terceiro dia,o drama dos baobás.
Dessa vez ainda,foi fraças ao carneiro.Pois bruscamente o principezinho me interrogou,tomado de grave dúvida:
-É verdade que os carneiros comem arbustos?
-Sim .É verdade.
-Ah! Que bom  !
Não compreendi logo porqu era tão importante que os carneiros comessem arbustos.Mas o principezinho acrescentou:
-Por conseguinte   êles comem também os baobás?
Fiz notar ao principezinho que os baobás não são arbustos ,mas árvores grandes com igrejas.E que mesmo que êle levasse consigo todo rebanho de elefantes,êles não chegariam a dar cabo de um único baobá.
A idéia de um rebanho de elefantes fez  rir o principezinho:
-Seria preciso botar um por cima do outro...
Mas notou ,em seguida,sabiamente:
-Os baobás,antes de crescer são pequenos.
É fato!Mas por que desejas tu que os carneiros comam baobás pequenos?
-Por que deveria de ser? respondeu-me,como se tratasse de uma evidência.E foime preciso um grande esfôrço de inteligência para compreender sózinho êsse problema..
Com efeito,no planêta do principezinho havia,como em todos os outros planêtas,ervas boas e más.Por comseguinte,sementes boas de ervas boas;sementes más de ervas más.Mas as sementes são invisíveis.Elas dormem no segrêdo da terra até uma cisme despertar.Então ele espreguiça,e lança timidamente para o sol um inofensivo galhinho.Se é roseira ou rabanete,podemos deixar cresça à vontade.Mas quando se trata de uma planta ruim,é preciso arrancar logo,mal tenhamos conhecido.Ora havia sementes terríveis no planêta do principezinho:as sementes de baobá.O solo do planêta estava infestado.E um baobá,se a gente custa a descobrí-lo ,nunca mais livra dêle.Atravanca todo o planêta.Perfura-o com sua raízes.E se o planêta é pequeno e os baobás numeroso,o planêta acaba rachando.
"É uma questão de disciplina,me disse mais tarde o principezinho.Quando a gente acaba a toilette da manhã,começa a fazer com cuidado a toilette do planêta.É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distanciam das roseiras,com as quais muito se parecem quando pequenos.É um trabalho sem graça,mas de difícil execução". 
E um dia aconselhou-me a tentar um belo desenho que fizesse essas coisas entrarem de vez na cabeça das crianças..'Se algum dia tiverem de viajar,explicou-me,poderá ser útil para elas.Às vezes não há inconveniente em deixar um trabalho para mais tarde.Mas quando se trata de baobá,é sempre uma catástrofe.Conheci um planêta habitado por um preguiçoso.Havia deixado três arbustos.
E ,de acordo com as indicações do principezinho,desenhei o tal planêta.Não gosto de tomar o tom de moralistta.Mas o perigo dos baobás é tao pouco conhecido, e tão grande os riscos daquele que se perdesse num asteróide,que,ao menos uma vez,faço exceção à
minha reserva.E digo portanto:"Meninos!Cuidado com os baobás!" Foi para advertir meus amigos de um perigo que há tanto tempo os ameaçava,como a mim,sem que pudéssemos suspeitar,que tanto caprichei naquele desenho.A lição que eu dava valia a pena
Perguntarão,talvez:Por que não há nesse livro outros desenhos  rão grandiosos como o desenho dos baobás?A resposta é simples:tentei ,mas não consegui.Quando desenhei os baobás,estava inteiramente possuído pelo sentimento de urgência.






Namastê!

* Deixei a grafia  da época da edição  
 

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