sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Pequeno Príncipe-Cap.3

Cap.3

Levei muito tempo para compreender de onde viera.
 O príncipezinho ,que me fazia milhares de perguntas ,não parecia sequer escutar as  minhas.Palavras  pronunciadas ao acaso é que foram,pouco a pouco revelando  tudo. 
Assim,quando viu pela primeira vez meu avião (não vou desenhá-lo aqui,é muito complicado para mim),perguntou-me bruscamente.
-Que coisa é aquela?
-Não é uma coisa.Aquilo voa .É um avião.O meu avião.
-Eu estava  orgulhoso de lhe comunicar que eu voava.Então êle exclamou:
-Como?Tu caíste do céu?
-Sim,disse eu modestamente.
-Ah! como é engraçado. . .

E o príncipezinho deu uma bela risada,que me irritou profundamente.
Gosto que levem a sério as minhas desgraças.Em seguida acrescentou:
-Então,tu também vens do céu!De que planêta és tu?
Vislumbrei um clarão no mistério da sua presença,e interroguei bruscamente:
-Tu vens então de outro planêta?
Mas ele não me respondeu.Balançava lentamente a cabeça considerando o avião:
-É verdade que,nisto aí,não podes ter vindo de longe. . .

Mergulhou então num pensamento que durou muito tempo.Depois, tirando do bôlso o meu carneiro,ficou contemplando o seu tesouro.

Poderão imaginar que eu ficara intrigado com aquela semiconfidência sôbre "os outros planêtas".Esforcei-me,então,por saber mais um pouco.
-De onde vens,meu bem? Onde é tua casa?para onde queres levar meu carneiro?
Ficou meditando em silêncio,e respondeu depois:
-O bom é que a caixa que me deste poderá ,de noite,servir de casa.
-Sem dúvida.E se tu fores bonzinho,darei também uma corda para amarrá-lo durante o dia.E uma estaca.
A proposta pareceu chocá-lo:
-Amarrar?Que idéia esquisita"
-Mas se tu não o amarras,êle vai-se embora  e se perde. . . 
E meu amigo deu uma nova risada:
-Mas onde queres que êle vá?
-Não sei...Por aí...Andando sempre para frente.
Então o príncipezinho observou,muito sério .
-Não faz mal,é tão pequeno onde moro!
E depois ,talvez com um pouco de melancolia,acrescentou ainda:
-Quando a gente anda sempre para frente,não pode mesmo ir longe. . . .      

Namastê!      
   
  

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